quarta-feira, 30 de abril de 2008

ONG aposta no protagonismo juvenil para adolescentes de Americanópolis

Na Aldeia do Futuro, organização não-governamental, instalada no bairro de Americanópolis, zona Sul de São Paulo, a palavra de ordem é protagonismo, e os jovens são os atores principais dessa ação. A idéia é desenvolver potencialidades e dar oportunidade a eles a fim de que possam mudar sua realidade, tornando-se agentes de seu próprio destino.

Fica na Rua Jorge Rubens Neiva de Camargo, 228 Americanópolis.

Foto: Aldeia do Futuro / Fonte: Gilberto Dimenstein. Folha de S. Paulo

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Telecentro Americanópolis

O mais novo telecentro de São Paulo fica na Associação Educacional, Cultural e Esportiva Americanópolis (foto). Está funcionando desde o finalzinho de fevereiro e tem capacidade para atender até 170 pessoas por dia. Ali, em 19 computadores ligados em rede e uma impressora, é possível ter acesso à internet e fazer pesquisas e trabalhos. O telecentro oferece, ainda, vários cursos. Tudo grátis.
Funciona de segunda a sábado, das 9h às 18h, e fica na rua Muzambinho, 221, Vila Fachini.


Foto: Márcia Meira / Fonte: Boletim da Subprefeitura do Jabaquara (mar. 2008)

sábado, 19 de abril de 2008

Como tudo começou...

Localizado no extremo sul do município de São Paulo, o bairro de Americanópolis pertence à Subprefeitura de Cidade Ademar. Considerada uma das regiões mais pobres e violentas da cidade, Americanópolis tem sua história, não muito diferente do bairro Cidade Júlia, Vila Missionária ou Jardim Miriam. Para entender como surgiu Americanópolis, conhecer a história de Jabaquara e Cidade Ademar é primordial:

Jabaquara, do tupi-guarani Yab-a-Quar-a (rocha e buraco), foi constituindo-se a partir da passagem dos bandeirantes em sua busca de ouro e índios. Habitada desde o século XVII, nos tempos da escravidão era uma mata deserta que servia de abrigo aos escravos fugidos e que pertencia a uma das inúmeras sesmarias do Padre José de Anchieta, da Companhia de Jesus. Entretanto, o local também servia como ponto de descanso para viajantes que se dirigiam a Santo Amaro e a Borda do Campo, até o início do século XVII.

Nessa época começou a ser procurado por fazendeiros e sitiantes que ali abriram estabelecimentos agrícolas e comerciais e somente com a transferência do Matadouro Municipal, em 1886, para esta região, é que os "ares do progresso" sopraram forte, mas só no fim do século XIX a região se popularizou, depois que a prefeitura resolveu instalar um logradouro público: o Parque do Jabaquara, para passeios e piqueniques.

Entre 1886 e 1913 circularam os trens a vapor de uma pequena ferrovia que ligava Vila Mariana a Santo Amaro, e cujos trilhos foram implantados sobre a via do Caminho do Carro - antiga via de ligação entre São Paulo e Santo Amaro, aberta durante o período colonial para permitir o tráfego de veículos de tração animal, na qual atravessava a região do Jabaquara. Com início no bairro da Liberdade, seu traçado coincidia com o das atuais avenidas Vergueiro, Domingos de Morais e Jabaquara, cruzando em seguida os terrenos onde hoje se localiza o aeroporto, atingindo Santo Amaro após atravessar os atuais Campo Belo e Brooklin. No entanto, o sistema de transporte foi evoluindo e em 1930 os bondes elétricos implantada pela Light and Power Co. começou a andar nos trilhos.

Das famílias mais importantes da região, duas se destacam na história do Jabaquara: os Rocha Miranda e os Cantarella. Esta última dona do famoso "Sítio da Ressaca", que fica ao lado do Centro Cultural Jabaquara. A Casa do Sítio da Ressaca é um dos pontos históricos da região. Outra casa famosa da região era a “Chácara das Mimosas”, cujo proprietário era o respeitado cirurgião de São Paulo Luiz do Rego.

Até o final da década de 1920 toda a área correspondente a Jabaquara era escassamente povoada e apresentava características marcadamente rurais. Apenas chácaras esparsas se destacavam em meio a extensas superfícies não ocupadas, sendo que o primeiro loteamento aconteceu na Vila Santa Catarina por volta de 1920/1921.

Alguns anos depois, muita gente se mudou do Jabaquara e os novos proprietários passaram a relotear a terra em metragens cada vez menores. Depois que o dono morreu, a Chácara das Mimosas desapareceu e transformou-se no antigo Parque do Jabaquara. As outras chácaras que foram tombadas viraram bairros e levaram o nome de seus donos, como a Cidade Vargas e Cidade Ademar. Porém, dois proprietários de terras e fazendeiros fizeram parte da vida da região: João e Nilza, donos da região hoje conhecida como Vila Joaniza e Americanópolis e os Fallete, donos das terras onde hoje são os bairros da Cidade Júlia, Vila Missionária e Jd. Miriam.

Uma curiosidade da região é que a maioria das ruas leva o nome de árvores que existiam nas casas coloniais. É o caso das ruas Buritis, Jatobás, Jequitibás, Grumixamas e Casuarinas. Essas ruas pertenciam a uma só fazenda. Seus donos protegiam os escravos fugitivos de outras fazendas e ao longo dos anos a região ficou coberta por um cemitério de escravos.

A ocupação das áreas situadas mais ao sul (ainda que alguns arruamentos datem da década de 40), ocorreu com maior intensidade a partir dos anos 60, quando a região do ABC transformou-se no principal pólo industrial da metrópole. O Jabaquara tornou-se zona de passagem para inúmeras linhas de ônibus que passaram a fazer a ligação entre aquela zona industrial e os bairros mais centrais da cidade.

Quanto à região da Cidade Ademar, esta tem sua origem basicamente como uma região dormitório, devido à explosão industrial de 1960. Seus bairros e vilas - como exemplo Americanópolis - surgiram devido ao grande impulso de processo de urbanização com decadência dos grandes fazendeiros, que eram obrigados a lotear suas terras, então começou o processo de urbanização com o surgimento de loteamentos vendidos aos operários migrantes que vieram de diversas partes do Brasil em busca de uma vida melhor.

O êxodo rural ocorrido na década de 70, conhecido como a expulsão do homem do campo para as grandes cidades, contribuiu para o aumento populacional da região, estimulado pelos loteamentos pelo parcelamento e possibilidade de possuir um pedaço de terra.

O processo de ocupação então desencadeado, já sobre o cenário de formação da faixa periférica de São Paulo, caracterizou-se pelos precários padrões de urbanização. Bairros como Cidade Vargas, Vila do Encontro, Vila Fachini, Vila Campestre e Americanópolis passaram a ser ocupados por uma população de recursos modestos, que na maioria das vezes, valeu-se do sistema de autoconstrução para erguer suas moradias em lotes de pequenas dimensões. A precariedade do padrão urbanístico nessa área é marcante, sobretudo nas encostas de declividade acentuada e nos fundos de vale, geralmente ocupados por favelas.


Autoridades assistem a testes no Pátio Jabaquara, em 1972

A partir deste momento, a situação começou a mudar quando o movimento social começou a pressionar e lutar por melhoria de condições de vida. Embriões de organização popular ainda incipientes e clientelista surgiram depois do fim da ditadura militar e o processo de redemocratização que tinha, nas Sociedades Amigos de Bairros um espaço, onde os políticos faziam todo tipo de promessas e depois das eleições sumiam, ignorando os problemas da região.

Até 1996, Cidade Ademar pertencia à região administrativa de Santo Amaro e era a região periférica do centro urbano de Santo Amaro. Isto explica muito bem o porque da região sofrer de falta de recursos para investimento público em saúde, educação, asfalto, creches, transporte e condições dignas de moradia e a partir de 1997 a Subprefeitura de Cidade Ademar foi criada por decreto pelo prefeito da época Paulo Maluf, abrangendo muitos bairros e vilas, porém, a região hoje não tem mais condições de expansão, pois existem poucas áreas disponíveis para moradia ou local para o desenvolvimento de algum projeto habitacional.


Fonte:
http://www.geocities.com/jabaquaralivre/historia.htm
http://www.martamaia.pro.br/jliteratura_jabaquara.asp
http://www.tiaofarias.com.br/sis/lenoticia.php?id=152&c=6
http://www.saopaulominhacidade.com.br/bairros.asp
http://sempla.prefeitura.sp.gov.br/historico/index.php